História da cidade

Encontrei a história da cidade, achei bacana colocar por aqui também… eu seiii! É meio longooo! Mas juuro que vale a penaa! Hehehehehehehehe…

Fortaleza – História 

Os primeiros navegadores chegaram em nossa costa no período das grandes navegações do século XVI. O espanhol Vicente Yañez Pinzón esteve aqui em janeiro de 1500, na Ponta do Mucuripe, que ele denominou de Cabo de Santa Maria de la Consolación. Pouco tempo depois, uma expedição pelo também espanhol Diogo Lepe passou por nossas águas. As viagens de ambos não entraram para os registros oficiais em razão do Tratado de Tordesilhas firmado entre Portugal e Espanha. 

     Antes da chegada dos europeus, nossas terras já eram habitadas por outros povos, chamados genericamente de índios pelos colonizadores. Organizavam-se em tribos, eram nômades  e viviam da caça, da pesca, da coleta e da agricultura. Produziam para subsistência, não para comercialização. Tremembés, potiguaras, anacés e paiacus são algumas das tribos que habitavam o litoral cearense. 

     A capitania do Siará recebeu pouca atenção da metrópole portuguesa. O desinteresse era motivado pela ausência de atrativos econômicos e pelas dificuldades na colonização, causadas por ataques das populações nativas, calmarias (ausência de ventos) que atrapalhavam as navegações e dificuldades naturais na instalação de um porto. 

    Em 1603, quando liderava uma expedição para expulsar franceses do Maranhão, o português Pero Coelho passou pela capitania. Ergueu um pequeno forte batizado de São Tiago e edificou a povoação de Nova Lusitânia, na Barra do Ceará. O local teve que ser abandonado três anos depois, em razão da seca e de ataques indígenas. 

     O também português Martim Soares Moreno, que acompanhou Coelho na primeira expedição retornou em 1611. No lugar do São Tiago, construiu o forte de São Sebastião e também fundou uma pequena povoação. Martim ausentou-se para combater franceses e holandeses em outras capitanias. Com o retorno de Soares Moreno a Portugal, o local é novamente abandonado em 1631. 

    Em 1649 parte do Ceará fica sob domínio holandês, sob o comando de Matias Beck. Os holandeses construíram uma fortificação nas margens do riacho Pajeú, a qual batizaram de Forte de Schoonenborch. Os batavos são expulsos em 1645 e o forte é transformado na Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que dará nome à povoação. 

     A primeira vila da capitania foi criada em 1699, sem no entanto, deixar claro que localidade seria sua sede. Fortaleza e Aquiraz disputaram este posto. Em 1713 o pelourinho, que simbolizava a administração municipal é trasferido definitivamente para Aquiraz, que logo em seguida sofre um violento ataque indígena. Esse fato fez com que aumentassem os pedidos para que a sede se instalasse definitivamente em Fortaleza. 

     No dia 13 de abril de 1726, Fortaleza é finalmente elevada à categoria de vila. A data é comemorada atualmente como aniversário da cidade. Apesar da nova condição, continuou a ser um lugar sem expressão econômica, de precária infra-estrutura e poucos habitantes. Essa situação perduraria ainda por mais de um século. Foi somente a partir da expansão da cultura do algodão que a cidade se transformou no centro da economia do Ceará. Fortaleza foi beneficiada pelo fato de servir de porto para a exportação do produto, produzido na Serra de Uruburetama.  A produção algodoeira no Ceará ganhou impulso com a Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1861-1865), quando as lavouras americanas foram devastadas em razão do conflito e impossibilitadas de fornecer matérias-primas para as indústrias têxteis inglesas. 

     As elites, enriquecidas com o comércio do algodão, passaram a imitar os hábitos da cultura francesa. Era a chamada Belle Époque, que influenciou o modo de vestir, de falar, as formas de lazer, os hábitos de consumo e até mesmo a organização urbana da cidade. Em 1818, Silva Paulet planeja um Plano Diretor elaborando um traçado em forma de xadrez, alinhando as ruas da cidade. Em 1875, Adolfo Herbster, dá continuidade  ao trabalho de Paulet, ampliando a área remodelada. Os principais espaços de lazer da cidade eram o Passeio Público e a Praça do Ferreira. Foi um dos elegantes cafés da praça, o Café Java, que surgiu um dos mais significativos movimentos literários do país, a Padaria Espiritual, idealizada por jovens boêmios que almejavam prover a cidade de “pão de espírito”. 

     O Ceará fez uso de mão-de-obra escrava, tanto negra quanto indígena. A partir de 1850, quando o tráfico internacional foi proibido, intensificou-se o tráfico interprovincial. Por ser uma cidade portuária, Fortaleza tornou-se um centro de comércio de escravos entre o Ceará e as províncias do sul. A campanha a favor  da abolição da escravatura contou com a participação de vários segmentos sociais, inclusive dos próprios cativos, que fugiam e se rebelavam como forma de resistência ao trabalho compulsório. Foram fundadas algumas sociedades abolicionistas, como a Sociedade Perseverança e Porvir, que organizava fundos para comprar alforrias e a Sociedade Cearense Libertadora, que praticava ações mais ousadas, como o auxílio à fuga. 

     O movimento abolicionista também ganhou adesão popular. Em 1881, jangadeiros apoiados pela Sociedade Cearense Libertadora, recusaram-se a embarcar escravos que seriam vendidos para o Centro-Sul. Entre os participantes do movimento estava Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde, conhecido como Dragão do Mar. Graças a essas pressões, Fortaleza liberta seus escravos em 24 de maio de 1883. O Ceará faz o mesmo em 25 de março de 1884. 

    Fortaleza entra no século XX como uma das cidades mais populosas do país. De 1898 a 1912 o Ceará foi governado pela oligarquia Accioly, tendo à frente do governo, Nogueira Accioly. Sua gestão foi marcada pelas denúncias de corrupção e uso da máquina pública para favorecimento de parentes e agregados. Accioly foi deposto por uma revolta popular em Fortaleza que aconteceu de 21 a 24 de janeiro de 1912, promovida por partidários de Franco Rabelo, desafeto político dos acciolystas. 

    A partir das primeiras décadas deste século, as elites que habitavam o Centro vão progressivamente se deslocando para outros bairros, como Jacarecanga, motivadas pela expansão de estabelecimentos comerciais na área central e pela fixação das populações pobres neste espaço. 

    A utilização das praias para banhos de mar é iniciada na Belle Époque, na Praia de Iracema, que se torna um dos bairros mais elegantes da cidade e um dos principais espaços de lazer da população. A partir da década de 60 é eleita a Beira-Mar como centro de lazer e habitação das classes mais abastadas e ponto de encontro da intelectualidade boêmia da cidade. 

    A partir da década de 70, há um crescimento da industrialização na cidade, tendo como pólos de indústrias as regiões do Mucuripe e da Praia Formosa. Nos anos 80 são construídos os calçadões da Praia de Iracema, do Futuro e Leste-Oeste, seguindo o fluxo das políticas públicas relacionadas ao turismo que vão se intensificando neste período.

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